O Departamento de Justiça dos Estados Unidos demitiu nesta quarta-feira (16) a procuradora Maurene Comey, que atuou nos casos do magnata Jeffrey Epstein e do produtor músico Sean “P. Diddy” Combs.
Sua saída ocorre em meio a uma pressão para que o governo de Donald Trump publique documentos relacionados à morte e aos crimes de Epstein, réu de tráfico de pessoas e desfeita sexual de menores de idade.
Outrossim, nos últimos meses uma série de funcionários envolvidos em processos contra Trump ou seus aliados políticos foram demitidos, alimentando acusações de retaliação política dentro do órgão.
Segundo pessoas envolvidas na decisão ouvidas pelo The New York Times, Comey foi informada da exoneração por meio de uma missiva que citava um cláusula da Constituição dos EUA que versa sobre os poderes do presidente.
Ela também é filha do ex-diretor do FBI James Comey, destituído pelo presidente Donald Trump durante o seu primeiro procuração e que recentemente voltou a ser meta de investigações.
Comey passou por um processo de fritura. Trump chegou a manifestar, sem apresentar provas, que os arquivos relacionados aos crimes de Epstein foram forjados por Comey e pelos ex-presidentes democratas Joe Biden e Barack Obama.
O jornal Politico revelou um email de Comey enviado a ex-colegas do Departamento de Justiça em que ela diz que “o terror é a instrumento de um tirano, usada para suprimir o pensamento independente”.
“Se uma promotora de curso pode ser demitida sem motivo, o terror pode infiltrar-se nas decisões daqueles que permanecem. Não deixem que isso aconteça”, afirma a mensagem, ainda de concordância com a publicação.
A Vivenda Branca não comentou a exoneração.
O governo Trump enfrenta uma das maiores crises em sua base devido ao caso Epstein. O magnata foi recluso em julho de 2019 e tirou a própria vida dentro da masmorra em Novidade York pouco mais de um mês depois, enquanto aguardava julgamento.
O incidente gerou uma série de teorias da conspiração sugerindo que ele teria sido assassinado devido a interesses de poderosos que desejavam esconder sua relação com o esquema de pedofilia e exploração sexual de menores de 18 anos.
As teorias foram estimuladas ao longo dos anos por figuras importantes da base de Trump, incluindo várias que hoje ocupam cargos no governo, uma vez que o diretor do FBI, Kash Patel, e a secretária de Justiça, Pam Bondi.
Eles disseram várias vezes que, se chegassem ao poder, publicariam a “lista de Epstein” -um suposto registro detalhando clientes do magnata. Entretanto, no último dia 7, o FBI e o Departamento de Justiça vieram a público manifestar que essa lista não existe e que todos os materiais indicam que Epstein morreu por suicídio.
A recepção caiu uma vez que uma petardo entre trumpistas adeptos das teorias da conspiração, que agora afirmam que há um novo acobertamento em curso e exigem a publicação de todos os arquivos em poder do governo sobre o caso.
Na quarta (16), Trump atacou seus apoiadores por continuarem pressionando a propalar os documentos relacionados ao caso. Na rede Truth Social, o presidente disse que o caso Epstein é uma fraude inventada pelo Partido Democrata e que quem acredita nela é um ex-apoiador.
Epstein era companheiro de pessoas da escol política e financeira dos EUA e do Reino Uno, caso do ex-presidente Bill Clinton, o príncipe britânico Andrew e o próprio Trump.
Também nesta quinta, uma pesquisa da Reuters/Ipsos revelou que a maioria dos americanos diz crer que o governo Trump está escondendo informações sobre o caso Epstein.
O levantamento, realizado durante dois dias e encerrado na quarta, mostrou que unicamente 17% da população aprova a forma uma vez que Trump está lidando com o caso. Já entre republicanos, esse índice sobe para 35%, contra 29% dos apoiadores que desaprovam a gestão do caso. O resto declarou não ter certeza ou não respondeu à pergunta.
A pesquisa revelou que 69% dos entrevistados afirmam crer que Trump está ocultando detalhes sobre pessoas que teriam participado do esquema de Epstein, contra 6% que discordam. Entre republicanos, quase dois terços dizem crer que a gestão do presidente está ocultando informações.
O levantamento entrevistou 1.027 americanos por meio de um formulário online. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.